quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Para a depressão da pressa, a calma de um calmante.

Não gosto de andar depressa. Nunca gostei.
Não há como saborear calmamente as variações do que nos rodeia. Serenamente, que o caminho só se faz uma vez.
Não gosto de andar depressa.
De outro modo, como poderia ter percebido que aquela pedra que agasalha a terra na minha rua estava solta? Quem me teria relatado o modo delicado como aquele galho, do velho carvalho que dobra a esquina, se dobra numa suave vénia carinhosa para a janela da Dona Celeste, aquela menina outrora pequena que ao velho carvalho soprou todas as amarguras típicas da tão plena juventude? Teria eu notado as diferentes tonalidades do magistral jogo de luzes oferecido pelo sol? O sorriso doce daquela criança com que ontem me cruzei?
Não gosto de andar depressa. A única pressa que eu tenho, é de te ver. E se bem me lembro, devagar se vai ao longe.

Soundtrack: Macy Gray - Slowly

Edição de fotografia: Paulo

1 comentário:

  1. ... e faço minha esta tua lição de que se vai devagar e a saborear calmamente as variações do que nos rodeia ...

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