Dou mais uma volta na cama, puxando vigorosamente os cobertores para uma posição mais confortável enquanto me forço a pensar noutra coisa, a não pensar, a parar, mas não consigo, é impossível, consegues deixar-me num tal mal estar, consegues colocar-me à porta de um abismo sem fim com uma vontade incontrolavel de me lançar para o silencio profundo.
De um salto, levanto-me energético, como que a tentar sacudir aquele torpor que me tolhe o pensamento e o corpo, sem prestar atenção ligo a televisão e o radio na esperança que que ambos façam ruído suficiente para calar o meu cérebro e dar sossego ao meu estômago.
Não sei como melhorar, não sei como me elevar a esse teu estatuto de sábio, de entidade superior conhecedora dos segredos do mundo. Eu não sou bom a esplanar sentimentos, não sei como fazer para te explicar o inexplicável, para te mostrar as medições e as lógicas de algo que simplesmente não tem lógica, nem é para ter lógica.
Não sei ser melhor, sei apenas ser o que sou...
seja lá o que isso fôr...
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